quarta-feira, dezembro 05, 2007

Novo Momento no Mercado da Psicologia

Um novo movimento vem deixando o mercado da psicanálise mais competitivo. Pessoas que reclamam muito, e que têm dificuldade de lidar com frustrações em geral, estão procurando outra fonte para anestesiar seus sentidos. Ao invés de consultórios e especialistas, estão recorrendo à gente comum – geralmente moradores da periferia e de favelas paulistas –, sem formação na área, para ouvir seus problemas. E por um preço fora de sério!




Ouvidoras, as atendentes da nova psicologia.

Quando trabalhava como doméstica, Dacilene sempre via sua ex-patroa falar com seu marido sobre as tais sessões de análise, que ele pagava na tentativa de que sua mulher resolvesse falar menos. Curiosa, Dacilene perguntou como funcionava a tal Psicologia. “A Dona Márcia falou um monte de sacanági, moço, e de um tal de Fródi...Que pecado!”

Cansada de explicar, sua patroa a levou no consultório. Dacilene notou que o doutor só ficava ouvindo . “Parece que ele dava um palpite vez ou outra, mas não se mexia muito não”. Era o mesmo que Dacilene fazia em tempo livre, escutando Dona Márcia falar, quando tentava ver televisão. Depois de um mês, pediu as contas, chamou sua amiga manicure e resolveu transformar seu ouvido em negócio. Hoje, atende em sua própria casa, que é alugada. Sua ex-patroa é sua principal cliente, e indicou várias de suas amigas, algumas delas conhecidas pelos círculos da alta sociedade.



“Agora ela sempre liga se convidando pra tomar chá na minha casa no meio da tarde, traz as amigas dela sem avisar...E minha casa é pequena, né, moço?” – se queixa Dacilene. “Não faço mais desconto com sessão em grupo: o pessoal abusa e vira bagunça” – completa.



Dacilene vende também alguns produtos como cachaça benzida em vidro de Rinossoro para acabar com crise existencial, outros florais e preparado de tabaco para trauma de infância.

Um comentário:

Anônimo disse...

perfumaria na periferia !!!!