quarta-feira, maio 21, 2008

Vida contemporânea: Energia diária

A população que preenche escritórios nos tempos atuais precisa se desdobrar para realizar todas atividades que lhes são designadas. Com gerentes munidos de métodos motivacionais cada vez mais afiados, os operários modernos não podem parar nem por um segundo, chegando a trabalhar turnos de 96 horas. Filhos de funcionários que são levados ao local de trabalho por não terem com quem ficar durante o dia são hoje encarregados de tarefas para ajudar os pais. Xerox e arquivamento de documentos são as principais atividades designadas aos pimpolhos. Ao sentirem o orgulho de ver a produtividade e eficiência aumentarem, os trabalhadores nem se importam de no fim do expediente só conseguirem mexer os olhos e a boca. É comum que políticas de otimização do café da empresa com metanfetaminas, e de maximização das calorias ingeridas serem recebidas com aplausos pelos sindicatos. E como um efeito dominó, as fazendas que abastecem os centros realizacionais também aumentam a produtividade. Bois são incentivados a engravidarem 5 vacas ao dia e vacas que dão a luz a gêmeos são premiadas com massagens shiatsu. Campos de trigo subterrâneos estão sendo implementados com iluminação artificial, dobrando a camada produtiva agrícola. Tudo isso porque quando nossos heróis hiperativos deixam seus escritórios com todos seus nervos perceptivos contraídos a ponto de não conseguirem ler cardápios muito complicados, precisam de uma comida substanciosa que os mantenha firmes na luta pelos longos períodos de trabalho árduo. Eis então que é introduzido o novo prato que promete dar conta do recado, que vem sendo chamado de... Sustanzza.

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